HELENA & PÁRIS (mitologia grega)
Eris, deusa da discórdia - a única que não foi convidada ao casamento de Peleu e da ninfa Tétis - ressentida com os deuses, arremessou uma maçã de ouro com a frase “à mais bela”. Três deusas reivindicaram a maçã, Hera, Afrodite e Atena. Elas pediram ao príncipe Páris de Tróia, para fazer a premiação. Cada deusa ofereceu à Páris um prêmio em troca de seu julgamento; Hera, que ele seria um poderoso governante; Atena, que ele alcançaria grande fama militar; e Afrodite, que ele teria a mulher humana mais linda do mundo. Páris declarou Afrodite a mais bela e escolheu, como prêmio, Helena, a esposa do rei grego Menelau. Helena era filha de Zeus e de Leda, rainha de Esparta. Ela possuía diversos pretendentes, que incluíam muitos dos maiores heróis da Grécia. Seu pai adotivo hesitava tomar uma decisão em favor de um deles temendo enfurecer os outros. Finalmente um dos pretendentes, Odisseu (Ulisses), rei de Ítaca, resolveu o impasse propondo que todos os pretendentes jurassem proteger Helena e o marido que escolhesse, qualquer que fosse. Helena então se casou com Menelau, que se tornou rei de Esparta. Quando Páris foi a Esparta em missão diplomática, apaixonou-se por Helena e ambos fugiram para Tróia, enfurecendo Menelau. Este apelou aos antigos pretendentes de Helena, lembrando o juramento que haviam feito. Agamenon então assumiu o comando de um exército de mil naus e atravessou mar para atacar Tróia. As naus gregas desembarcam na praia próxima a Tróia e iniciam um cerco que iria durar 10 anos e custaria a vida muitos heróis de ambos os lados. Dois dos mais notáveis heróis a perderem a vida na guerra de Tróia foram Heitor e Aquiles. Finalmente, seguindo um estratagema proposto por Odisseu (Ulisses), o famoso cavalo de Tróia, os gregos invadiram a cidade governada por Príamo e terminaram a guerra.
PEDRO & INÊS (história século XIV)
Inês de Castro era cortesã de Constança Manoel, filha de João Manuel de Castela, e noiva do príncipe Pedro, herdeiro do trono português. O príncipe apaixonou-se por Inês negligenciando a mulher legítima, Constança, e pondo em perigo as relações com Castela. Tentando separar Pedro e Inês, cujo romance era vivido às claras, o rei Afonso IV manda exilar Inês. Porém distância não apagou o amor entre os dois apaixonados e, segundo a lenda, continuavam a corresponder-se com frequência. Constança morre ao dar à luz ao futuro Fernando I de Portugal, deixando Pedro viúvo e um homem livre. Inês volta do exílio e os dois foram viver juntos para longe da corte, tendo tido quatro filhos. Afonso IV tentou por diversas vezes organizar um terceiro casamento para o seu filho, com princesa de sangue real, mas Pedro recusa tomar outra mulher que não Inês. O rei decidiu então que a melhor solução seria eliminar Inês. Aproveitando a ausência de Pedro numa excursão de caça, manda executar Inês. A morte de Inês fez com que Pedro se revoltasse contra Afonso IV, que responsabilizou pela morte, e provocou uma sangrenta guerra civil. A Rainha interveio e após meses de luta, a paz foi selada. Pedro tornou-se o oitavo rei de Portugal em 1357, Inês foi declarada Rainha Póstuma, e legitimou os filhos. Pedro juntou-se a Inês em 1367, e os restos de ambos jazem juntos até hoje, frente-a-frente para que, segundo a lenda, “possam olhar-se nos olhos quando despertarem no dia do juízo final".
ORFEU & EURÍDICE (mitologia grega)
Orfeu é, na mitologia grega, poeta e músico. Quando tocava sua lira, os pássaros paravam de voar para escutar e os animais selvagens perdiam o medo. As árvores se curvavam para pegar os sons no vento. Ele ganhou a lira de Apolo; alguns dizem que Apolo era seu pai. Orfeu apaixonou-se por Eurídice e casou-se com ela. Mas Eurídice era tão bonita que, pouco tempo depois do casamento, atraiu um apicultor chamado Aristeu. Quando ela recusou suas atenções, ele a perseguiu. Tentando escapar, ela tropeçou em uma serpente que a picou e a matou. Orfeu ficou transtornado de tristeza. Levando sua lira, foi até o Mundo dos Mortos, para tentar trazê-la de volta. A canção pungente e emocionada de sua lira convenceu o barqueiro, Caronte, a levá-lo vivo pelo Rio Estige. A canção da lira adormeceu Cérbero, o cão de três cabeças que vigiava os portões; seu tom carinhoso aliviou os tormentos dos condenados. Finalmente Orfeu chegou ao trono de Hades. O rei dos mortos ficou irritado ao ver que um vivo tinha entrado em seu domínio, mas a agonia na música de Orfeu o comoveu, e ele chorou lágrimas de ferro. Sua mulher Perséfone, implorou-lhe que atendesse ao pedido de Orfeu. Assim, Hades atendeu seu desejo. Eurídice poderia voltar com Orfeu ao mundo dos vivos. Mas com uma única condição: que ele não olhasse para ela até que ela, outra vez, estivesse à luz do sol. Orfeu partiu pela trilha íngreme que levava para fora do escuro reino da morte, tocando músicas de alegria e celebração enquanto caminhava, para guiar a sombra de Eurídice de volta à vida. Ele não olhou nenhuma vez para trás, até atingir a luz do sol. Mas então se virou, para se certificar de que Eurídice estava seguindo-o. Por um momento ele a viu, perto da saída do túnel escuro, perto da vida outra vez. Mas enquanto ele olhava, ela se tornou de novo um fino fantasma, seu grito final de amor e pena não mais do que um suspiro na brisa que saía do Mundo dos Mortos. Ele a havia perdido para sempre.